Por uma lado, o programa retrata a total alienação das pessoas, que passam os dias distraindo-se com a televisão ou mesmo uma cerveja no bar, sem menor a consciência do que ocorre com o resto do mundo e mesmo com os próprios familiares. Por outro, a família Simpsons é paradoxalmente o protótipo da família média americana, ou o que se poderia chamar de normal, vista com chacota e tida como medíocre, apesar de que uma casa própria e um emprego estável são objetivos vistos como o auge da vida para muitos, inclusive com a constituição de uma família. O poderoso humor, que cada dia mais fica mais periclitante, é maior e mais objetivo do que qualquer teoria filosófica, e desconstrói tudo e todos, ao mesmo tempo. Um cara que não tem ambições profissionais, como um Homer, é visto como um patético justamente porque não tem ambições; o sujeito extremamente profissional também é visto como medíocre por dar tanta importância para um assunto que, convenhamos, não é assim tão pra prazeroso. É como se o ambicioso tirasse um prazer exagerado de suas ações, relacionando com elas em um espaço próprio artificial e vazio, que o aproxima do cara que só quer ver programas idiotas na tv o dia todo.
O homem narcísico atual é a fonte do sarcasmo: ele olha para os lados e ri de todos, ri inclusive de si mesmo e vê o quão ridícula é a sua vida. O homem individualista é sempre alienado. O homem racional nunca terá plena certeza de tudo: ele estará sempre marcado pela falta e pela incompletude. Cada um tem uma vida completamente diferente e própria que pode ser preenchida com consumo e ostentação, mas nunca poderá ser satisfeira completamente.
Os que gostam dos simpsons e querem viajar um pouco podem acessar o site
http://www.simpsonsmovie.com/main.html
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